Imagina aprender o sistema Braille brincando! É com essa proposta inovadora que a Prefeitura de Rio Claro, por meio da Secretaria de Educação, participou de uma capacitação promovida pela Fundação Dorina Nowill, voltada ao uso do Lego Braille Bricks — um recurso pedagógico inovador que une aprendizado, acessibilidade e ludicidade.
O projeto utiliza peças de Lego adaptadas ao sistema Braille, permitindo que o ensino da leitura e da escrita se torne mais interativo e inclusivo. “A iniciativa contempla não apenas alunos com deficiência visual, mas também estudantes com múltiplas deficiências e crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O recurso também pode ser utilizado como ferramenta de introdução ao Braille para alunos que enxergam, promovendo empatia e integração nas salas de aula”, explicou a secretária de Educação, Thaís Isabelle de Carvalho.
De acordo com a coordenadora de Educação Especial da Secretaria, Luana Campos dos Santos, foram distribuídos 16 kits para salas de recursos e professores especializados, cada um com três pranchas. O curso de capacitação, ministrado pela Fundação Dorina Nowill, abordou desde o pré-Braille até a alfabetização inicial. “Vamos tentar realizar uma nova turma no próximo semestre para os profissionais que não puderam participar desta primeira etapa”, adiantou Luana.


Ela destacou ainda que o material é exclusivo. “Nosso município foi contemplado gratuitamente por ter solicitado o projeto. O Lego Braille Bricks não é um simples brinquedo. Ele tem intencionalidade pedagógica e exige capacitação para que os profissionais explorem todo o seu potencial com diferentes alunos”, explicou.
A instrutora de Braille da rede municipal, Érica de Oliveira Soares Máximo, foi quem descobriu a existência do projeto durante uma pesquisa sobre materiais inclusivos. “Em minhas práticas pedagógicas, eu já usava o Lego comum e pensava em adaptá-lo para o Braille. Ao pesquisar, encontrei a Fundação Dorina Nowill e vi que era possível solicitar o material e a formação gratuita. A secretaria abraçou a ideia e conseguimos ser contemplados”, contou Érica.
Atualmente, a rede municipal de ensino de Rio Claro conta com dois alunos com deficiência visual — um estudante com baixa visão do 8º ano, na Escola Municipalizada Aureliano Portugal (EMAP), e uma aluna cega do 5º ano, na Escola Municipalizada de Lídice. No entanto, o recurso poderá ser utilizado em turmas com alunos com outras deficiências ou mesmo como ferramenta de inclusão para estudantes sem deficiência visual.
O professor Arnaldo Lemos Magalhães, da EMAP, que atende um dos alunos com baixa visão, destacou o impacto positivo da iniciativa. “Profissionalmente, será de grande contribuição, pois aprimoramento nunca é demais. Mesmo sendo alfabetizado, o aluno com baixa visão pode utilizar o Lego Braille Bricks como reforço e ferramenta de estímulo à aprendizagem”, apontou.
Para o prefeito Babton Biondi, o projeto simboliza um novo passo na construção de uma educação pública mais acessível e moderna. “Essa iniciativa mostra o quanto Rio Claro está comprometida em promover uma educação inclusiva e transformadora. Inovar é olhar para cada estudante com atenção e garantir que todos tenham as mesmas oportunidades de aprender e se desenvolver”, afirmou.






